Esse texto não é apenas para quem é líder e responsável por uma criança. É também para você que pretende contratar um líder de pessoas.
Já recebi inúmeros pedidos de clientes para que os profissionais apresentados não tenham filhos e em raras exceções, até fazia sentido, mas venho trazer uma reflexão sobre o tema: Vocês sabem como a parentalidade pode fortalecer skills de liderança em um profissional?
Pais e mães se desenvolvem diariamente, dentro e fora do período de trabalho. E que não reste dúvidas de que durante o período de foco nas tarefas, na estratégia, com o time, com clientes, continuam sendo mães, pais, cuidadores e profissionais que pausam as preocupações com o filhos e fazem o que precisa ser feito naquele momento. Ainda que a criança esteja doente ou com qualquer necessidade latente.
Não estou dizendo que os filhos devem ser deixados de lado e o trabalho priorizado, estou apenas reforçando que na grande maioria das vezes, precisamos ativar o modo profissional e focar em algumas tarefas específicas, ainda que o coração e o pensamento estejam nos filhos.
Os filhos nos desafiam todos os dias a potencializar a sua autonomia, oferecer um ambiente favorável, nos desafiam a sermos presentes sem nos tornarmos invasivos e equilibrar a ausência com momentos de atenção plena. É preciso direcionar, acompanhar, ajustar, celebrar as conquistas e ainda manter a motivação frente às adversidades. Pontuar erros de forma empática, traçar planos de ação sem esquecer das suas capacidades mais latentes e auxiliar em suas dificuldades. É preciso estarmos sempre atentos, lembrando que a palavra pode ser esquecida, mas o exemplo.... ah, esse permanece!
Quando se tem filhos, o 1:1 é constante: como podemos desempenhar nosso papel de cuidadores sem ouvir onde estamos errando, o que os deixa felizes e seguros para ir em frente? Embora tenhamos muito mais experiência de vida, nossa bagagem não nos torna imutáveis e por mais que a gente estude, se atualize, se dedique e sejamos incríveis, estamos longe de sermos os detentores de todo o conhecimento do universo. É fundamental estarmos abertos para aprender constantemente com um Ser que acabou de chegar ao mundo ou ainda tem poucos “quilômetros rodados”.
Percebe como maternar (ou paternar) é um exercício profundo e intenso de liderança?
Na minha visão, intensidade está totalmente relacionada com a importância que você atribui a determinada situação ou pessoa. Preciso explicar mais? Pois bem, educar uma criança, formar um caráter e ter a responsabilidade de cada ação/ decisão/ palavra interferir positiva ou negativamente na jornada dela é INTENSO!
Ter um filho vai muito além de ter forças para trabalhar por precisar atender demandas financeiras e esse texto vai muito além do desenvolvimento que permeia a parentalidade.
No mundo corporativo, somos igualmente responsáveis pela nossa própria jornada, nossa própria carreira. E se você é líder, pode multiplicar. Mas lembre-se: sem peso, sem cobranças, sem expectativas de colheita, apenas paixão pelo processo maravilhoso de ver transformações acontecerem e poder identificar nos resultados toda sua dedicação.
Deixo aqui o exercício de reflexão, para que se você for pai, mãe ou cuidador de uma criança (ou mais), perceba o quanto se desenvolveu profissionalmente desde a chegada dos seus filhos e o quanto todo esse desenvolvimento te preparou para a liderança.
Ser mãe/ pai é liderar, inspirar, acolher, desenvolver. Criar é preparar alguém para o próximo passo, assim como fazemos com as pessoas do nosso time.