Depois de muito tempo sem escrever para esse blog, estou de volta! Muita coisa aconteceu nesse período, vivi alegrias, cruzei linha de chegada de corrida de 4 anos de duração e vivi tristezas, como ter visto amigos sinceros e pessoas talentosas indo embora. A verdade é que o ano de 2022 foi especialmente desafiador e que ele sim fica para trás, mas suas marcas e lições permanecem.
Como então não repetir erros, desapontar menos e preservar mais? Acredito que a resposta é ampla, mas tem uma base em memória boa e olhar atento. Esse tipo de habilidade que a gente aprende em casa, quase sempre com uma avó. Mas ao contrário do colo, o mercado dá palco e o sucesso ou o vexame fica por nossa conta.
Vamos começar então pela memória boa.
Bom, a gente lembra do aconteceu, talvez porque ainda esteja acontecendo, mas tem muita gente ficando sem emprego. Áreas inteiras dissolvidas, projetos abandonados, vagas congeladas, é um percentual que só cresce. Ou foi a sua cadeira ou foi a do lado, ou foi a sua empresa ou foi a da frente, ou a de trás. O que vimos não teve regra. Das maiores empresas do mundo, das mais cobiçadas, dos prédios mais bonitos, até as menores. Da profissional mais produtiva, da área mais estruturada, zero-regra. É paralisante. Quem sai teme o amanhã, quem fica também. Foi como acordar no susto, com alguém gritando e você em atraso para o evento mais importante. Sai sem comer, veste qualquer coisa, dá dois tapinhas no rosto e enfrenta. E essa experiência a gente não pode esquecer, às vezes até preferia, mas não tem como.
Mas os dias vão passando e aquilo que você queria não lembrar se torna um professor, mas não é mais o carrasco, que fica te dizendo todo dia o que podia ter sido feito diferente para você não estar ali. Ele vai ficando do tipo silencioso, que só observa e quando você viu, já fez muita prova surpresa. Umas você acertou e quando continuou errando, fez um pedido para a memória boa, que por favor que não me falhe.
Dita cuja que convenhamos, não serve de nada se não enxerga as pegadinhas. Por isso o nosso segundo ensinamento ancião: Olhar atento, minha filha.
O que digo é para entendermos sim os desafios de agora que nos rodeiam como a verdade absoluta que são, buscarmos sim resolvê-los com todo afinco do mundo, como a urgência demanda. Mas que também façamos uma caminhada olhando para a frente e não para o chão.
Se você trabalha com RH, pode pensar que não deve se preocupar com a escassez de talentos agora, já que tem tanta gente boa no mercado.
Mas isso passa.
Ou que não vai olhar para a diversidade agora, já que a vaga é urgente. Mas isso acumula.
Mas você não trabalha com RH, você empreende.
De repente então vê uma oportunidade daquelas! Pode queimar mais ali sim, claro, o que pode acontecer?
Bom, o tempo.
Ele não só pode como acontece e a pergunta a ser feita é sempre a próxima: Quanto tempo você consegue aguentar?
Se fica óbvio a memória boa e olhar atento para quem foi demitido e mata a sede hoje, pensando na boca seca de amanhã, tem que ficar óbvio para mim também. Essas são as minhas tendências para 2023. Que os erros sejam outros e as vistas mais bonitas.
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